quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Dungeons & Dragons: Aventura 8 (Parte II) - Deathlock

Horas depois, Gaultak, Kayron, Venorik, Kristryd e Yurick se dirigiam aos esgotos da cidade de Kelt. O eladrin ofereceu sua ajuda e o grupo estava agora pronto para fazer o dito "favor" à guilda de ladrões. Usando o mapa entregue pelos bandidos, o grupo chegou a uma saída de esgoto de onde a água suja e o fedor adentravam o rio. Os aventureiros entraram no tunel baixo e estreito, o que obrigou Gaultak a praticamente rastejar. Logo chegaram a uma grade, onde Venorik encontrou um cadeado que foi facilmente aberto por ele. Agora oes esgotos eram mais amplos mas não menos fétidos. Um rio de água suja corria no centro do túnel, penetrando em seguida numa abertura ao sul, debaixo de uma parede. Os heróis seguiram para o norte. Por mais de meia hora eles caminharam pelos esgotos vendo dejetos, corpos em decomposição e ratos, muitos ratos. Enfim, depois de seguirem o mapa, chegaram a um tunel sem saída onde uma parede havia desmoronado. Aparentemente não havia nada além de escombros mas Gaultak encontrou um mecanismo que abriu uma porta secreta na lateral do tunel.

Um a um os aventureiros penetraram na passagem, saíndo numa sala iluminada por tochas de luz avermelhada. O lugar parecia uma antiga cripta, repleta de estátuas e até mesmo uma fonte quebrada, de onde água suja escorria para o chão. Depois de um tempo, os aventureiros chegaram a uma câmara maior onde as estátuas repousavam. Poeira de muitos anos cobria as figuras e o cheiro de mofo pairava no ar. Então, numa sala adjacente, os heróis viram um grupo de vultos. No centro, um homem se erguía mais alto, sobre um círculo mágico desenhado no chão, que emitia uma fraca luz azulada. Os vultos ao redor do círculo se viraram quando ouviram os aventureiros chegando e seus olhos brilharam vermelhos. Tinham a pele branca, quase cinzenta e suas presas brancas brilhavam à luz das tochas.
Os cinco vampiros atacaram sob o comando de seu líder, o único que usava uma armadura e uma espada. Gaultak foi dominado mentalmente pelo senhor dos vampiros e ficou paralizado, enquanto os demais lutavam contra as criaturas. No meio do combate, mais vampiros apareceram na retaguarda, vindos dos túneis.

Kayron e seus companheiros conseguiram derrotar as criaturas, que fugiram transformando-se em névoa e quando estavam vasculhando a cripta atrás da caixa mágica foram abordados por um grupo de ladrões. O líder deles, um homem com o rosto coberto e adagas nas mãos ordenou que entregassem seus pertences mas Gaultak rugiu e atacou.
A luta foi difícil visto que os bandidos eram bem treinados. Kayron caiu depois que o mago inimigo criou uma área repleta de espinhos feitos de trevas. Yurick conseguiu teleportar o tiefling para longe do perigo e um dos ladrões que estava prestes a decepar a cabeça de Kayron foi teleportado para longe dele. Gaultak, Kristryd e Venorik conseguiram derrotar os demais bandidos.

Depois de alguns minutos recuperando-se do combate, os aventureiros vasculharam o resto da cripta. Numa das salas, Venorik encontrou montes de terra fedorenta e, escavando, encontrou o corpo de um dos vampiros. Ele avisou rapidamente os demais e quando o grupo chegou à sala, dois vampiros estavam de pé, prontos para atacar. No entanto, as criaturas da tumba falaram numa língua antiga e desconhecida e fugiram através da parede em suas formas etéreas.

Os aventureiros vasculharam a sala pequena e de odor forte. Kristryd percebeu que o chão estava coberto de terra de cemitério e Kairon fez um ritual para purificar o local. Nesse instante, enquanto Yurick verificava as paredes junto com Venorik, que permanecia com a aparência de um humano graças ao seu chapéu mágico de disfarce, Kayron ouviu a voz de Zanne, a barda. A voz melodiosa de sua amiga ecoava em sua cabeça mas os demais não pareciam ouví-la. Zanne falou com Kayron através de um ritual mágico e disse que Arathon havia sentido quando Kayron caiu em combate, graças ao anel de amizade que os dois possuíam. Kayron confirmou e explicou a situação. Zanne disse que poderia fazer um ritual para transportar Arathon até eles e poderia ir junto se alguém trocasse de lugar com ela mas para tal, um círculo mágico deveria ser traçado. Yurick se ofereceu prontamente para criar o círculo e começou rapidamente a desenhar os símbolos mágicos no chão.

Gaultak disse que ele iria trocar de lugar com Zanne. Os aventureiros questionaram a decisão do goliath mas este afirmou que seria melhor assim pois ele poderia investigar a guilda de ladrões. No fim do ritual, No lugar onde Gaultak antes estava de pé, apareceram Zanne e Arathon, vindos da cidade de Naivira. Yurick se apresentou aos dois. Depois de Kayron resumir o que havia acontecido até então, o grupo foi até a cripta onde estavam os corpos dos ladrões.

Determinado a encontrar respostas, Kayron invocou o poder de seu deus e realizou um ritual para falar com um dos mortos. Por sugestão de Yurick, o tiefling escolheu o que parecia ser o líder dos bandidos. O cadáver brilhou enquanto Kayron realizava o ritual com a ajuda do mago eladrin e então, de uma forma assustadora, o corpo sem vida falou.
Kayron fez algumas perguntas ao morto e conseguiu descobrir que o grupo de bandidos havia sido enviado para matar os heróis. O mandante seria alguém chamado Deathlock.

Yurick e Zanne pareciam conhecer o nome pois quando o ritual terminou e o cadáver parou de responder às perguntas de Kayron, os dois contaram o que sabiam sobre Deathlock. O eladrin e a humana concordaram que o nome remetia a alguma história antiga sobre uma dragonesa vermelha de grande poder. Deathlock era seu nome.

Os aventureiros não conseguiam entender porque estavam sendo caçados por uma dragonesa vermelha e foram dormir no acampamento improvisado na sala dos vampiros com muitas perguntas na cabeça.

Decidiram seguir as pistas que tinham. O grupo seguiu pelos túneis dos esgotos de Kelt, rumo a necrópole esquecida nos subterrâneos da cidade. Por algumas horas Kayron, Kristryd, Arathon, Venorik, Zanne e Yurick caminharam por túneis escuros, cheios de lodo e fedor. Em outros momentos o caminho era seco e irregular. Na escuridão, a luz mágica conjurada sobre a ponta do cajado de Yurick era a única iluminação do grupo. Venorik ia sempre à frente, como batedor.
Aos poucos, o esgoto da cidade deu lugar a ruínas antigas e passagens naturais. Yurick lembrou-se que séculos atrás, quando Kelt ainda era jovem, houve um desmoronamento que fez com que uma grande torre esmagasse um bairro. Depois, durante uma terrível praga que assolou a cidade, os cadáveres foram arremessados na enorme cratera, na esperança de que a doença não atingisse a cidade acima. Com o passar dos anos, a cratera tornou-se uma necrópole que foi esquecida quando a cidade cresceu e a cratera foi fechada.

_"Esteja preparado para enfrentar mortos-vivos."_ disse Yurick a Kayron com um leve sorriso nos lábios.

Depois de um tempo, os aventureiros seguirem por um tunel natural, sempre descendo. Em algumas ocasiões, um deles pisava em ossos velhos, assustando os demais com o som oco dos restos mortais de pessoas esquecidas na escuridão.
Venorik, que estava muito à frente do grupo, chegou a uma enorme caverna onde ruínas antigas e enormes pilares naturais e esculpidos sustentavam o teto. Adiante, o drow avistou dois vultos conversando e tentou chegar mais perto. Porém, sua pele se arrepiou quando um vulto fantasmagórico surgiu da parede ao seu lado, atravessando seu corpo. A criatura afastou-se e com uma face horripilante e gritou.
Seu uivo maligno e atormentado ecoou pelos salões e Venorik correu de volta até seus companheiros, que pareciam prontos para entrar em combate. Yurick e Kayron reconheceram o som da criatura. Fantasmas eram seres perigosos mas ambos sabiam como lidar com eles.

O grupo avançou pelo túnel até a enorme caverna. Os pilares gigantescos tinham mais de trinta metros de altura. Quando os heróis estavam no que parecia ser uma antiga rua, o fantasma reapareceu à distância mas somente Venorik o viu. Rapidamente, o drow lançou seu fogo negro, que deixou o fantasma brilhando no escuro. Logo, criaturas desmortas surgiram entre as ruínas e os aventureiros entraram em combate na escuridão da necrópole.
A luta foi árdua mas no fim, os heróis de Dassanter estavam de pé. Eles se afastaram dos restos dos monstros e montaram acampamento. Foi então que algo nas trevas se mexeu.
O som de asas enormes ecoou nas sombras. Yurick e Venorik, que descansavam sobre uma grande rocha perceberam a criatura primeiro mas foi o drow quem conseguiu vê-la nas trevas.
Um enorme dragão negro pousou sobre as ruínas e os aventureiros se prepararam para lutar. A criatura rugiu e depois falou na língua comum, com uma voz assustadora.

"O que fizeram com meus lacaios? Irão morrer por isso!"

Kristryd deu um passo à frente, olhando para a escuridão, girou seu martelo e colocou seu escudo diante do corpo dizendo: "Ora! Morra você!"

Os demais estavam tensos mas prontos para a luta. O dragão recuou e alçou vôo, desaparecendo completamente na escuridão das cavernas.

Determinados a aproveitar essa chance, os heróis seguiram pelos túneis, para longe do dragão. Muito tempo depois, encontraram um lugar diferente. Uma estranha energia pairava no ar, confortando os aventureiros. Havia algo de bom nas terríveis ruínas e, a medida que adentravam ainda mais nas trevas, o grupo se sentia melhor e mais seguro.
Foi então que um salão enorme surgiu diante deles. No centro, uma elevação cercada por longas escadarias ostentava um altar brilhante. Nenhum morto-vivo ousava aproximar-se do salão e os ossos do local pareciam em paz. Ao lado das escadarias porém, havia um enorme arco de pedra, manchado de sangue e marcado por runas de teletransporte. O portal era imenso e, pela avaliação de Kayron, o sangue era de sacrifícios.

Enquanto o clérigo de Pelor, Venorik e Arathon examinavam o altar acima, Zanne e Kritryd olhavam ao redor. Yurick, não contendo sua curiosidade, resolveu examinar o portal e, depois de estudar rapidamente as runas, conseguiu descobrir uma forma de fazê-lo funcionar mas sem abrí-lo. A imagem no centro do arco estava difusa e aos poucos uma anorme forma vermelha se tornou mais nítida. Era o maior dragão que eles haviam visto. Era Deathlock.

"Moradin..."_disse Kristryd com a boca escancarada

"Não pense que não posso atingí-lo daqui, elfo." _disse a monstruosidade vermelha a Yurick, com uma voz feminina mas extremamente impiedosa. "Sou mais poderosa do que imagina."

Yurick engoliu em seco, recuando, enquanto os demais ficavam pasmados de terror. A criatura pareceu sorrir e disse que eles iriam pagar pois nada ficaria entre ela e seus objetivos. Yurick usou magia para tocar as runas do portal rapidamente e fazer a imagem desaparecer.
Ainda desconcertados, os heróis não sabiam como proceder. Um dragão negro estava escondido perto dali e um portal enorme estava sendo construído por uma terrível semi-deusa vermelha. Yurick estudou o portal por um tempo enquanto os demais decidiam o que fazer e então as runas começaram a brilhar. Pelo padrão, o mago eladrin percebeu que o portal estava sendo ativado e rapidamente modificou a sequência de runas, fazendo-as parar de brilhar.

O altar então começou a brilhar intensamente e em seguida desapareceu, deixando os aventureiros às escuras.
Yurick entendeu que o portal parecia estar programado magicamente para seguir o altar mas que, graças à sua rapidez, agora Deathlock não saberia onde estaria o seu objeto de desejo.
Porém, apesar dessa pequena vitória, os heróis estavam agora sem a proteção do altar, no centro da antiga necrópole, cercados por mortos-vivos e outros perigos, como o vingativo dragão negro...

Um comentário:

  1. Pronto, post lido! Caraca, parece que esses dois ultimos encontros foram soh pauleira, hein! To animada pra domingo!
    Beijos!

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